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“Posso confirmar que tenho a intenção de participar nesta corrida.” Foi assim que o Luiz da Silva Pedruco, figura conhecida da comunidade macaense que desenvolve a sua actividade profissional na área da auditoria de contas, revelou ao Hoje Macau que pretende candidatar-se a um lugar de deputado na Assembleia Legislativa (AL). As próximas eleições por via directa decorrem em Setembro de 2013.

Embora seja cedo para cumprir os trâmites do calendário eleitoral, que exige a formalização da candidatura junto da Comissão Eleitoral em meados de Julho do próximo ano, Luiz Pedruco diz que já está a analisar o seu programa com parceiros políticos. “O apoio vem das pessoas que vivem em Macau e acham que existem áreas por desenvolver.” Garante também que, nos próximos meses, irá “desenvolver em conjunto e de forma contínua” o seu programa eleitoral.

Sendo a primeira vez que concorre a um cargo do género, Luiz Pedruco afirma que a sua candidatura surge numa altura em que quer fazer mais pela sociedade onde está inserido. “Há vários motivos para a minha candidatura. É um contributo que gostaria de dar a Macau, sinto uma obrigação cívica nesta fase da minha vida. Ainda estamos a 18 meses das eleições, e o programa vai depender das forças que me vão apoiar.”

“Internacionalizar” Macau

Apesar de não ter adiantado as principais questões que gostaria de ver alteradas em Macau, por ser um trabalho “que não deseja desenvolver sozinho”, Luiz Pedruco quer, sobretudo, debater-se sobre aquelas áreas que a AL ainda não resolveu. “Vou tentar encontrar um nicho de questões que, por razões pessoais ou por falta de tempo dos deputados, ainda não foram resolvidas. É algo que tem de ser estudado e são precisos muitos contactos para concretizar esta ideia.”

Um desses pontos será a luta pela “internacionalização de Macau”, algo que “não está a ser feito de maneira visível”. “Não sei se é por falta de apoio local, mas Macau precisa de ser internacionalizada. Será bom para Pequim e para toda a China.” Luiz Pedruco sublinha ainda que “Pequim mais que mostrou disponibilidade à comunidade macaense e portuguesa para estarem mais abertas nesta área, muito importante para desenvolver Macau”.

Neste ponto, adianta ser fundamental ir além do mundo lusófono. “A comunidade é reduzida em termos de número, mas a sua importância é grande. Em relação ao Fórum Macau, este deveria ir um pouco mais longe, além dos países da lusofonia. Vamos também apoiar o desenvolvimento de uma estrutura que possa ir além desta situação.”

Chamar os macaenses à vida politica é outro dos objectivos. “A comunidade dos macaenses é pouco participativa na vida política, espero que a minha candidatura possa despertar a participação da camada com sangue novo. As pessoas têm todo o dever de participar nesta terra que é nossa, mas não o fazem.”

Sem comentários

José Pereira Coutinho, que, com Rita Santos, liderou em 2009 a lista “Nova Esperança”, recusou-se a comentar a candidatura. Já o advogado Jorge Godinho, que foi o número dois da lista “Voz Plural, Gentes de Macau”, liderada por Casimiro Pinto, apenas referiu que vê com bons olhos a presença de mais uma voz na politica. “Acho legitimo e desejável que apareçam mais candidatos, mas ainda é cedo para se falar sobre isso. Ainda vai passar muita água por debaixo da ponte”. Na altura, a “Voz Plural, Gentes de Macau” estreava-se na candidatura para o Hemiciclo da Praia Grande.

De referir que nas últimas legislativas a Comissão Eleitoral recebeu 17 listas, mas duas tiveram de passar por remodelações antes de serem aceites.

No caso da “Aliança pr’a Mudança”, liderada por Melinda Chan, a maioria dos elementos não estavam recenseados, sem poderem, assim, exercerem o direito de voto. Já algumas das 300 assinaturas que compunham a candidatura da “União das Forças de Democracia e de Subsistência do Povo”, liderada por Lei Ut Wa, não viram a validação necessária por parte da Comissão.

Duas décadas na Austrália

Nascido em Macau, Luiz Pedruco passou 20 anos na Austrália, tendo regressado ao território em 1991. Actualmente a trabalhar na área financeira, o candidato é membro do Hong Kong Institute of Certified Public Accountants, pertencendo também a um organismo de auditores na Austrália, desde 1982. É um auditor de contas registado em Macau desde 1983. Entre 1992 e 1994, Luiz Pedruco fez parte do departamento de finanças governamental. Tanto na banca como nas empresas, ocupou diversos cargos de auditoria e finanças, nas áreas de produtos de higiene e de transportes.